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Pastorais Sociais na Arquidiocese


A primeira reunião das pastorais sociais em 2019, ocorreu em fevereiro na Cúria Metropolitana com a presença de quatro delas.

Assim como na esfera nacional, as pastorais sociais na Igreja local estão organizadas dentro da comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Arquidiocese de São Luís. Ordinariamente se encontram a cada dois meses, as quintas-feiras, às 09h, na sala da Pastoral Carcerária na Cúria Metropolitana, prédio ao lado da Igreja da Sé, para planejamento de atividades calendarizadas, avaliação das executadas em comunhão e definição de ações comuns em cooperação mútua.

Este ano, a primeira reunião acorreu em fevereiro, e reuniu as pastorais da Pessoa Idosa, da Mulher, Carcerária e da Criança, que participam assiduamente das reuniões; juntamente a eles a Cebs, que não compareceu nesta primeira. Em relação com este setor estão ainda as pastorais da Juventude e da Sobriedade. Faltam à Comissão outras pastorais que embora estejam executando seus trabalhos em seus campos de atuação, não estão em relação com a comissão, um exemplo é ausência sentida das pastorais do Menor e da Aids.

Padre Crisantônio da Conceição, coordenador arquidiocesano de pastoral, atualmente acompanha a comissão enquanto outro presbítero não assume a designação. Ao lado do padre Crisantônio, a leiga Zenilda Ferreira, da Pastoral da Pessoa Idosa, colabora com a articulação dos trabalhos. A coordenação da comissão está estruturada em três pessoas: padre assessor, leigo coordenador e secretário.

Em 2018, as pastorais experimentaram o trabalho conjunto em atividades pontuais, um exemplo é o lançamento da Campanha da Fraternidade na arquidiocese, em que estas pastorais têm protagonismo na organização, sobretudo, neste ano, em que o tema central é “Fraternidade e Políticas Públicas”. Em 2019, um plano comum de atuação começa a ser riscado para experimentação, de modo que em 2020, este calendário possa acertadamente ser aplicado de forma efetiva para a comissão.

Trabalhos e dificuldade entre as pastorais sociais na Igreja local;

Reunidas em fevereiro em sua primeira reunião, as pastorais sociais da arquidiocese listaram suas principais dificuldades. A Pastoral Carcerária, ali representada pelo padre Raimundo Rocha, missionário comboniano, listou duas grandes dificuldades cujo saneamento delas se faz urgente: o primeiro é o número reduzido de agentes da pastoral para assistir as unidade prisionais na cidade e, ainda, embora a Igreja local conte com padres capelãs, a presença deles é pontual na ação pastoral nos presídios, além do padre Raimundo, não há presença de outros padres no trabalho. “Precisamos de ajuda. Nós somos a presença da arquidiocese nos presídios”. O comboniano lista, por segundo, a dificuldade financeira, que, na verdade, foi reconhecida como dificuldade generalizada das pastorais sociais, que possuem o agravante de que seus trabalhos exigem deslocamentos e outras demandas às vezes diárias, cujos custos precisam ser arcados pelos próprios agentes, que, quando impossibilitados financeiramente acaba por comprometer as ações.

A Pastoral da Mulher em sua avaliação de situação, apontou também dificuldades, mas avaliou positivamente o número de agentes, embora sejam em sua maioria idosas, tem suprido a demanda, e os trabalhos desenvolvidos, que desde 2018 ganhou impulso com um pequeno fundo criado pela nacional para subsidiar os trabalhos locais. Sediada no Monte Castelo, a Pastoral da Mulher trabalha em três linhas de atuação: da mulher marginalizada, mulher em situação de pobreza e geração de renda pela capacitação da mulher. Todas em pleno funcionamento na capital. “Ainda temos muitas mulheres em situação de prostituição que precisam chamar a isso de trabalho para sobreviver”, conta Maria de Jesus, coordenadora da pastoral na arquidiocese. Maria conta ainda que importantes trabalhos são desenvolvidos com diferentes instituições para geração de renda, e a parceria com Casa da Mulher para acompanhar as vítimas da violência doméstica.

A Pastoral da Pessoa Idosa, segundo avaliação da coordenação, tem crescido na arquidiocese, embora seja um movimento ainda tímido. Diferente das duas primeiras, esta possui capilaridade nas paróquias; na arquidiocese, das 56 paróquias apenas sete possuem a pastoral, que, como conta, não encontra grande apoio do clero embora os idosos seja um público expressivo nas paróquias, sobretudo, entre os dizimistas. Há outros trabalhos na Igreja local que não de evangelização, mas de assistência, contudo essas atividades não conversam com os trabalhos desenvolvidos pela pastoral, que é essencialmente uma de visitação ao idoso em situação de vulnerabilidade social. “O maior número de maus-tratos a idosos é registrado dentro dos lares, é preciso enxergar este idoso, ir ao seu encontro, e buscar resgatar sua dignidade”, registra Zenilda Ferreira, da Pastoral da Pessoa Idosa. Zenilda acrescenta, que pastoral atua em rede, e conta principalmente com o apoio da Defensoria Pública, promotorias, delegacias, hospitais etc. para dar conta das situações que degradam o idoso deflagradas nos lares da cidade.

De atuação paroquial, assim como a última, a Pastoral da Criança está presente em 28 paróquias e trabalha pela vida, e vida em abundância, das crianças. Há uma latente dificuldade com a formação dos líderes, para visita e acompanhamento das crianças e famílias assistidas, além da dificuldade financeira, que é a maior, há uma segunda que acompanha a primeira listada; embora a pastoral tenha sido diferentes vezes premiada pelo desenvolvimento de aplicativo que a leva ao digital, os agentes, por ser em sua maioria idosos, encontram grande dificuldade na assimilação da ferramenta. O estado do Maranhão foi o que mais baixou o aplicativo para uso desde o lançamento, contudo, é o que menos utiliza o benefício digital.

A pastoral também trabalha em três linhas de ação: a visita domiciliar, a celebração da vida e a reunião de avaliação e reflexão. O acompanhamento vai da gestação até o nascimento da criança, que depois volta a ser acompanhada a partir dos seis anos. A pastoral também encontra dificuldade nas paróquias pelo não apoio e incentivo do clero local. A irmã Walquiria, presente na reunião das pastorais sociais de fevereiro, em concordância com a tendência nacional, destacou que atualmente não é a desnutrição o grande problema enfrentado na infância, mas o seu inverso, a obesidade, não pela qualidade de vida que tenha subido para todos, mas por culpa da má educação alimentar nas famílias. Embora a criança seja a principal assistida na ação desta pastoral, o foco de atuação está na família.

Pastorais sociais: um pastoral de conjunto

As pastorais sociais da arquidiocese tem claro que o trabalho conjunto daquelas que mantêm ação evangelizadora nesta mesma linha de atuação precisa ser conjunto. De modo que a necessidade de integração e aproximação entres as similares é uma constante.

Uma situação prática, e não incomum, exemplificada na reunião de fevereiro ilustra a necessidade: há uma grande demanda de famílias atendidas pela pastoral da criança cujo assistido está sob a tutela apenas da mãe, desempregada, às vezes o pai cumpre medida em presídio ou o irmão medida socioeducativa; no cotidiano há carência de um trabalho integrado, e por este caso exemplificado, de pelo menos das pastorais da Criança, Família, Carcerária, Mulher e Menor.

Outra situação também apontada são de menores sob o cuidado dos avós, geralmente em situação de vulnerabilidade social, porque as mães se encontram em situação de prostituição, e em casos que são portadoras do vírus do HIV, há necessidade além da atuação da Pastoral da Pessoa Idosa, do acompanhamento da Pastoral da Aids.

Não é preocupação única, e tão pouco destas pastorais, levar apenas o pão material, mas, e por primeiro, o pão espiritual, como fez Jesus ao sentar mais de cinco mil homens na relva para dar-lhe pães, um físico, que mata a fome temporal, o outro o espiritual, que sacia eternamente, o pão vivo descido do céu, deixado pelo sacrifício perfeito, único e repetido para os bem-aventurados que não O viram, mas creem.

Em síntese, é preciso que a comissão se fortaleça pela comunhão das pastorais afins, pela integração consciente e esclarecida das similares e pelo planejamento conjunto e coordenado das suas realizações. A vertente de evangelização dessas pastorais precisa estar clara à luz da doutrina social e das Escrituras; que haja fomento dos principais envolvidos, entre eles padres e bispos, para a concretização de ação transformadora da realidade desumana que se encontram muitos semelhantes, humanos com Cristo Jesus se fez para trazer-nos, por sua divindade, a cura dos nosso males humanos e transcendentes. Ensina-nos São Leão Magno em seu magistério, “Jesus é humano, muito humano, tão humano como só Deus pode ser humano”, imbuído do ensinamento de São Paulo a comunidade filipense, “mas esvaziou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” ( Fp 2, 11).

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