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Sou Católico – vivo minha fé II

Introdução


Padre Gutemberg Feitosa | Jornalista

Diretor do Jornal do Maranhão, impresso, e de jornalismo da Rádio Educadora AM 560



“O católico vive... um processo permanente de conversão rumo à sua plena realização humana e cristã” (p. 19).


Como sabemos, o documento da CNBB, “Sou Católico: vivo a minha fé”, é o livro sugerido por nossa igreja particular de São Luís para ser estudado ao longo de todo o este Ano Missionário Arquidiocesano de 2020. No mês passado apresentamos o esquema geral do documento. Nesta edição de fevereiro vamos comentar sobre a introdução do livro, que está sendo vendida na Cúria Arquidiocesana e nas secretarias paroquiais.


Jesus, o desejo mais premente do ser humano. Encontrar Jesus é o desejo mais intenso da pessoa humana. Esse encontro com se dá por meio da fé, que se compõe de duas características: 1- a fé é dom, dado gratuitamente por Deus, é a graça de Deus que nos envolve e direciona o desejo mais profundo do nosso coração; 2- a fé é tarefa, esforço por  conhecer, amar e seguir Jesus, servi-Lo sempre com mais amor e dedicação. Essa caminhada de fé se traduz num itinerário processual de conversão: passar de uma vida menos convertida a uma vida mais convertida ao Senhor.


Adquira além da obra Sou Católico, uma Bíblia Católica e um Catecismo da Igreja Católica. São os três livros que todo católico deve estudar.

A fé possui ainda duas dimensões: 1- a fé é individual, enquanto aceitação e abertura livre à graça e à Palavra de Deus; 2- a fé é comunitária/eclesial, vivida e celebrada no seio de uma comunidade cristã toda ela enamorada do Senhor. Comunidade em sentido macro é a nossa Igreja Católica, que tem por missão principal anunciar o Evangelho de Jesus. A Igreja então é lugar de encontro com Jesus e de crescer no conhecimento, amor e seguimento do Senhor. No cultivo desse seguimento de Cristo se dá nossa dimensão missionária: eu anuncio Jesus porque tenho com Ele um relacionamento de amor que me preenche e torna minha vida feliz.


Ser Católico é crer em Deus que se revelou a nós como Pai, Filho e Espírito Santo. Neste trecho o documento ensina que “A fé é adesão da vontade e da inteligência à Revelação feita por Jesus Cristo...” (p. 11). Segundo os fundamentos bíblicos (Hb 11,1; 2Cor 5,7; Ap 3,20), a fé é adesão a Jesus, o rosto da Misericórdia do Pai, o cheio do Espírito.


Ser Católico é alimentar a fé na fonte da Revelação divina (Sagrada Escritura e Tradição) que é esclarecida pelo Magistério da Igreja. A fé da Igreja é originada na Auto Revelação de Deus, que por sua vez é narrada na Bíblia. A Igreja entende a Bíblia como o conjunto de 46 livros do AT e 27 do NT. Todos contêm a Palavra de Deus revelada, que serve de alimento e força para o fiel. “Por Tradição, palavra que significa transmissão oral, entendemos o processo e o conteúdo da transmissão da Verdade revelada, proveniente primeiramente do anúncio dos portadores originais da revelação cristã, Jesus Cristo e os apóstolos, continuada, posteriormente, na Igreja, por obra do Espírito Santo” (p. 14). Já por Magistério, “entendemos o ensinamento do colégio dos Bispos em comunhão com o Papa, bispo de Roma e sucessor de São Pedro, que em nome de Jesus Cristo têm a autoridade de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita (Sagrada Escritura) ou transmitida (Tradição) (cf. DV, n. 10)” (p. 14). Com o auxílio do Espírito Santo, o Magistério anima e orienta a vida da fé da comunidade dos fiéis.


Ser católico é viver como Igreja a fé na adesão a Jesus Cristo em obediência à sua Palavra. Fazemos memória de Jesus e celebramos a Sua Páscoa até que Ele volte. A Igreja nos reúne em nome da Trindade Santa e nos transmite a fé em Jesus. Através dela, o Espírito Santo nos santifica constantemente pelos sacramentos. Clero e fiéis, têm a Igreja como mãe (cuida e alimenta) e mestra (educa e direciona) na fé. Pelo exemplo dos santos, em especial de Nossa Senhora, a Igreja inspira em seus fiéis o ideal da santidade. Pregar (anunciar o kerígma da paixão-morte-ressurreição do Senhor) e catequizar (instrução na fé) são duas dimensões irrenunciáveis da missão da Igreja.


Ser Católico é viver a fé como dom de Deus e dela dar testemunho na vida cotidiana. É na vida de oração e espiritualidade que o cristão encontra a força da graça de Deus para testemunhar Jesus ao mundo. “Quando o católico ora, ele toma sua vida toda e a coloca em sintonia com o coração de Deus” (p. 16). Através de uma vida inteira alimentada pelos sacramentos o católico deve dar testemunho do Senhor por palavras, e, especialmente, por uma prática de vida que agrade ao Senhor. Portanto, “O comportamento moral do católico é, acima de tudo, consequência do seguimento de Jesus Cristo [...] A moral católica é vida nova em Cristo” (p. 17). Assim, o católico dá testemunho do Reino de Deus nas várias áreas da vida humana: família, trabalho, lazer, política, afetividade... Trata-se de um itinerário permanente de conversão buscando realização humana e santidade cristã.


A você meu abraço a você minha bênção!

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