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Santo Antônio de Pádua ou de Lisboa, em São Luís, o santo que abre as portas!

13 de junho

“Antônio santo,de Jesus querido...”


Diácono Transitório João Pedro Fonseca

 Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Morros - MA


Com colaboração da redação

Altar mor Igreja Santo Antônio, Centro Histórico | Foto: Ribamar Carvalho

Nascido por volta de 1191/1195(?) teve por nome de batismo Fernando de Bulhões. Era natural de Lisboa, Portugal. Desde a infância era aplicado aos estudos e tido como um rapaz de boa índole, integro e generoso. Devoto da Virgem Maria se consagrou na juventude a ela. Foi iniciado na gramática, retórica, música, aritmética e astronomia, além dos estudos religiosos. Ainda jovem ingressou no mosteiro de São Vicente de Fora, pertencente aos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho.


Um pouco de história


Por causa das muitas visitas de familiares e amigos pediu transferência para o mosteiro de Santa Cruz em Coimbra. Lá foi ordenado sacerdote em 1220. Quando alguns frades franciscanos se hospedaram no mosteiro na passagem para o Marrocos, Fernando muito se interessou pelo seu estilo de vida e sua missão de evangelizar junto aos mouros. Os frades foram mortos durante a missão e seus corpos retornaram ao mosteiro para veneração dos fiéis que os tratavam como mártires. Fernando se sentiu extremamente tocado por esses testemunho e decidiu abraçar a vida franciscana para pregar e morrer mártir, se necessário fosse. Assumiu em seu ingresso na ordem franciscana o nome de Antônio, em referência a Santo Antão – chamado António em Portugal – que era padroeiro do eremitério franciscano dos Olivais, próximo a Coimbra.


Imediatamente partiu em direção ao Marrocos para realizar seu sonho de pregar aos mouros. Infelizmente uma grave doença o fez convalescer durante toda a sua estada no país e o superior da missão pediu seu retorno a Europa. Antônio ficou profundamente triste pois não pregou em nem momento e nem converteu nenhum mouro. No retorno atracou na Sicília (Itália) e ficou em recuperação em um mosteiro franciscano até a convocação do Capítulo Geral da ordem por são Francisco em Assis.


Era desejo de Antônio se consagrar inteiramente a oração e contemplação e ele consegue uma permissão para fica em Monte Paulo. Contudo uma ordenação de frades em Forli mudou seus planos novamente. Na ausência de um pregador oficial o superior pediu que Antônio pregasse o que o Espírito lhe inspirasse. Falou de tal maneira que impressionou a todos os presentes e o superior lhe fez imediatamente encarregado do apostolado e da difusão do evangelho em toda a Lombardia.


Um pregador andarilho, um pregador milagroso


A partir de então Antônio percorreu as regiões da Itália, França e Portugal como professor, formador de noviços para a Ordem, além de pregador. Grande conhecedor da Bíblia Sagrada foi chamado pelo papa Gregório IX de “Arca do Testamento e arsenal das Sagradas Escrituras”. Defendeu a fé cristã contra as heresias dos albigenses e valdenses. Sua fama o precedia e suas pregações eram lotadas com pessoas vindas de vários lugares para escutá-lo.


Inúmeros milagres foram relatados por aqueles que o acompanhavam, um dos mais famosos se deu quando os hereges proibiram as pessoas de escutar a pregação de Antônio, ele então se pôs na beira do mar e começou a pregar aos peixes que se amontoaram para escutar. Foi exímio defensor dos pobres pelas regiões onde passava. Pagou conta de endividados e combatia com força os agiotas da época que exploravam os seus devedores.


Santo da Igreja, doutor do Evangelho


Consumido pela hidropisia ele se retirou para um mosteiro em Camposampiero nas proximidades de Pádua, após a Pascoa de 1231. Tentou retornar a cidade para se despedir, mas morreu no convento das Clarissas, em Arcella, subúrbio de Pádua, em 13 de junho de 1231. Foi sepultado na Igreja Nossa Senhora e sua fama de santidade só cresceu. Com menos de um ano após seu falecimento foi canonizado pelo Papa Gregório IX e o Papa Pio XII o proclamou Doutor da Igreja com o título de Doutor Evangélico. É o segundo padroeiro de Portugal e padroeiro principal das cidades de Lisboa, Pádua e tantas outras ao redor do mundo.


Sua fama lhe rendeu vários títulos e devoções de cunho popular. Tem patente reconhecida no exército português de Tenente-coronel.  É tido como padroeiro dos pobres e marginalizados, invocado para encontrar coisas perdidas e por aqueles que desejam contrair matrimônio. No Brasil, em especial na região nordeste, é o primeiro dos santos reverenciados nos folguedos juninos.


Pagamento de promessa | Foto: Ribamar Carvalho

Um santo da piedade popular, pagante da criatividade do povo


Ao longo da trezena – período de 13 dias em que geralmente acontecem os festejos do santo – são muitas as romarias, quermesses e celebrações realizadas. Um traço característico da devoção a Santo Antônio em nosso país é a distribuição dos pães abençoados pelo padre aos mais pobres, símbolo da humildade e da caridade do santo português. As simpatias para casamento não ficam a desejar, são inúmeras as maneiras que solteiros e solteiras têm para conseguir o tão sonhado enlace. Desde um simples bilhetinho colocado aos pés da imagem em seu dia até amarrar a imagem do santo de cabeça para baixo e lançar em um poço, deixá-lo mergulhado em um copo ou vasilha com água, tirar-lhe o menino Jesus do lado e só devolver quanto a graça for alcançada.


O santo na Arquidiocese


Na ordem: Igreja Santo Antônio, Centro Histórico, paróquias Santo Antônio de Pádua, Cohajap, Santo Antônio, em Presidente Juscelino, e Santo Antônio, no Parque Vitória.

Fotos: Divulgação


Na Arquidiocese de São Luís, Santo Antônio é o padroeiro da conhecida igreja que leva seu nome, claro, no Centro Histórico da capital, num complexo histórico que abriga o Seminário Arquidiocesano, a Casa Arquiepiscopal, a Casa Dom Delgado e ainda o Instituto de Estudos Superiores do Maranhão - Iesma. É padroeiro também das paróquias do Cohajap, Parque Vitória, e fora da Ilha, no Município de Presidente Juscelino, na Forania São Benedito, região continental da Arquidiocese.


13 de junho de 2019 | Foto: Ribamar Carvalho

O Santo é muito querido na capital maranhense, estando presente em toadas, ladainhas populares e várias iniciativas espontâneas no lares da cidade. O santo ainda recebe muitas homenagens em várias comunidades distribuídas nas 56 paróquias da Arquidiocese, como a igrejinha dedicada ao santo no antigo bairro da Areinha, ou a pequenina capela escondida entre os becos da Madre-Deus. Embora pequenas, as comemorações devotadas ao santo são conhecidíssimas na região.


No Largo Santo Antônio, no Centro Histórico, frente à tradicional igreja a ele dedicada, após sua trezena (com quermesse) começa o atrativo Arraial de Santo Antônio, do Governo do Estado. O São João do Maranhão, em todo o circuito da capital, têm os chamados santos juninos como padroeiros, e o primeiro deles é Santo Antônio, como costuma-se dizer por aqui: “Santo Antônio é que abre as portas (da festança!)”.


Que o santo Antônio de Pádua nos auxilie a crescer na fé e no amor a Cristo e sua Igreja para podermos sempre festejar sua memória com a alegria e o entusiasmo que ele mostrou em suas pregações e atitudes.



Se milagres desejais recorrei a Santo Antônio

Igreja Santo Antônio, Centro Histórico, festejo 2019 | Foto: Ribamar Carvalho

Se milagres desejais recorrei a Santo Antônio/ Vereis fugir o demônio e as tentações infernais.


Recupera-se o perdido, rompe-se a dura prisão/ E, no auge do furacão, sede o mar embravecido.


Pela sua intercessão foge a peste, o erro, a morte/ O fraco torne-se forte e torna-se o enfermo são.


Todos os males humanos se moderam, se retiram/ Digam-no os que viram; digam-no os paduanos.  



Trezenas:


Santo Antônio de Pádua, Cohajap: missa e trezena às 19h30


Santo Antônio, Presidente Juscelino: missa e trezena às 20h


Santo Antônio do Parque Vitória: novena nos lares


Santo Antônio, Centro Histórico: terço às 18h30, missa e trezena às 19h



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