A foto poderia passar despercebida, se não se tratasse de um registro único de carmelitas descalças, religiosas que vivem de modo contemplativo, no silêncio e na oração. Vivem no claustro por opção, decidiram viver fechadas no interior do mosteiro. Quando uma jovem entra no Carmelo, entra para nunca mais olhar o mundo. Dali, na maioria das vezes, sai apenas quando entra na Vida Eterna.
Outro fato curioso na vida carmelita, importante de se ressaltar: se ninguém sai do claustro, ninguém também pode entrar. Exceto o Papa (e seu representante) e o bispo. Hoje foi um dia assim! Com a visita do Núncio Apostólico do Brasil, dom Giambattista Diquattro, as carmelitas da Arquidiocese de São Luís do Maranhão (mosteiro que, nesse ano, completou 40 anos na capital maranhense) tiveram um presesente em dose dupla: ter a visita do representante do Papa no Brasil, e ter a visita do Arcebispo, dom Gilberto Pastana, que na missa dessa sexta-feira (29), celebrada em horário especial, às 17h (em geral, as missas diárias no Carmelo acontecem às 7h), comemorou 17 anos de vida episcopal. Um dia, sem dúvida, muito especial!
Algum recém-batizado ou não-católico, pode achar curioso uma pessoa se trancar para o mundo e viver "presa" em uma cela (assim se chamam os quartos das carmelitas). "O que fazem?", alguém pode perguntar, e a resposta é de assustar: elas rezam. Rezam não por si, mas por toda a humanidade. Pelo Papa, pelos padres, pelos religiosos, crianças, idosos, mulheres, pelos pecadores (por sua conversão), pela saúde dos que precisam...Se tem algo que uma carmelita faz é isso, uma carmelita reza, e reza muito! Tem, inclusive, a vida inteira para rezar.
Não à toa o Papa Francisco lançou, no ano de 2018, por ocasião do dia Pro Orantibus - quando se celebra o dom da vida contemplativa - o documento 59 com o título: "A arte da busca da face de Deus", onde fala da vida monástica contemplativa, chegando a dizer:
"Não faltem a estas comunidades o carinho, a proximidade e a assistência também material de toda a Igreja!" (Papa Francisco)
Ao falar sobre o momento dessa tarde no Carmelo, dom Gilberto expressou a alegria da oração e o espírito da mensagem deixada pelo Núncio às carmelitas descanças de São Luís. Uma alegria eternizada no sorriso expresso nos rostos dessa foto.
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