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Ninguém é tão vazio de tudo que não tenha algo para dar

1 em cada 5 maranhenses vive em situação de extrema necessidade. Como a sociedade civil se movimenta para diminuir a pobreza no Maranhão?

Da redação


Fonte: Domínio público



O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Deste número, aproximadamente 52 milhões de pessoas vivem na pobreza, com renda mensal inferior a R$ 420,00 por integrante de família, ou seja, uma em cada quatro pessoas vivem nesta condição. Dados do IBGE apontam que o Brasil concentra 59% da população em extrema pobreza (que vivem com até R$ 151,00 por mês) e a situação no Maranhão é ainda mais difícil, pois um em cada cinco moradores, está em grande necessidade.


Mãe de 4 filhos, Ana Karoline, 34, está desempregada e conta que passa por muita necessidade. Ela, o companheiro e as filhas moram em uma palafita na Vila Cristalina (atrás do Shopping da Ilha), onde nem saneamento básico tem. “A gente passa por uma situação muito difícil, às vezes não temos nem o que comer”, relata Ana. A vila onde Ana Karoline mora tem outras 57 palafitas que abrigam famílias que são visitadas periodicamente por Lindiana Lindberg, 49, uma promotora de eventos que dedica seu tempo para ajudar o próximo.



Fazendo o bem


Lindiana fundou em 9 de junho de 2018 o Projeto Eu Faço o Bem e, sozinha, já atendeu mais de 350 famílias em 9 comunidades: Vila Progresso (Recanto dos Vinhais), Vila Marinha (Cohafuma), Vila 25 de Maio (Recanto dos Vinhais), Vila Buriti (Sítio Santa Eulália), Vila Conceição (Alto do Calhau), Vila Kubanacan (Vinhais Velho) e as palafitas da Vila Cristalina, Ipase de Baixo e Alemanha.


Ana Karoline foi uma das beneficiadas do projeto. Ela perdeu tudo que tinha em sua casa quando a maré subiu ao ponto de inundar tudo e o Projeto Eu Faço o Bem reconstruiu toda a casa dela e também conseguiu itens essenciais para a família de Ana. “Quando aconteceu, a gente não tinha como sair e nem como tirar nada porque quando a maré vem cheia, ela enche tudo e ficamos praticamente ilhados”, lembra.


O projeto oferece balé, futebol, capoeira e música para crianças; para os adultos, oficinas de corte de cabelo e barba, limpeza de pele, design de sobrancelhas que são ministrados de forma esporádica. Ela também já conseguiu distribuir aproximadamente 3 mil quilos de peixe, leite em pó para crianças e remédios.



As aulas da Escolinha de Futebol acontecem na quadra do Recanto dos Vinhais.

(Foto: arquivo pessoal de Lindiana Lindberg)



“Eu vivo pela fé. É Deus quem me dá força e não deixa faltar nada. Faço tudo sozinha! Eu sou aquela pessoa que pede, que busca, a que distribui”, conta Lindiana que, atualmente, também é coordenadora do Movimento Nacional da População de Rua do Maranhão (MNPR-MA).




Visão acolhedora e humanizada


Quando o indivíduo já está dentro de um estado de pobreza e fica doente, a situação piora. É o caso de maranhenses que são portadores do HIV/AIDS, moram em municípios no interior do estado e que precisam se deslocar para a capital todo mês para dar continuidade ao tratamento. “Têm casos em que as famílias vêm para a capital apenas com o dinheiro da vinda”, revela Paulo Ribeiro, 47, fundador da Casa de Apoio Acolher, que atende e acolhe pessoas que vivem e convivem com a doença.


O Projeto Acolher, fundado em 2018, recebe pacientes com HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis que estão em tratamento fora do domicílio. A ajuda se dá através da oferta de café da manhã, almoço e lanche da tarde, além de muito carinho, atenção e todo suporte possível. “Nós fazemos um acolhimento de forma muito humanizada que vai desde um simples café da manhã ao apoio psicológico, nutricional, jurídico-social, visitas hospitalares e domiciliares. Contamos com um banco de roupas destinado para essas pessoas que estão em internação prolongada e também temos a distribuição de cestas básicas para pessoas que convivem com a patologia”, relata Paulo.



Encontro no Projeto Acolher

(Foto: Casa Acolher)



A casa é um ambiente arejado, descontraído e atualmente acolhe cerca de 25 pessoas todos os dias com refeições básicas. Paulo afirma: “Quero ver meu próximo sempre melhor e receber o agradecimento sincero das pessoas é algo imensurável”.


Algo para dar


Em São Luís outro projeto que vem mudando vidas é o Quentinhas Solidárias, que distribui comida e itens de higiene pessoal aos sábados, às 17h, no Mercado Central (Centro) para as pessoas que estão em situação de rua.


É importante lembrar que, quando se trata de ajudar a diminuir a necessidade do outro, o foco não é o número que é entregue, mas a intenção de cooperar reduzindo ou acabando com a dor nem que seja de uma única pessoa. É o caso do casal Eliel e Leila Monteiro. “Para nós, o grande sentido da vida é o fato de percebermos a nós mesmos como cooperadores na vida do outro. A gente entende que sempre podemos dar: carinho, afeto, sorriso, abraço. Mas também comida, dinheiro, companhia, mão de obra. Podemos dar o que tivermos”, explica Eliel que, junto com a esposa, ajuda de todas as formas, uma família que passa por necessidade. “Fazemos isso, porque nosso interior nos convoca a viver assim e é aqui que está o sentido da vida: quando passamos por ela e percebemos ter deixado parte de nós na vida de alguém”, finaliza.


Serviço


EU FAÇO O BEM

Prestes a completar 3 anos, o projeto já atendeu mais de 350 famílias carentes em 8 comunidades de São Luís.

Para doações...

Entre em contato via WhatsApp: (98) 98791-8498

Acesse o Instagram @eufacoobem


CASA ACOLHER

Desde sua fundação, em 2018, a casa já atendeu mais de 4 mil pessoas.

Boneca Acolher

As bonecas de pano são fabricadas artesanalmente no local e vendidas sob encomenda pelo valor simbólico de R$25,00.

Pedido: (98) 98881-6272

Para doações...

Entre em contato via WhatsApp: (98) 98818-6272

Acesse o Instagram @casaacolherma


QUENTINHAS SOLIDÁRIAS

Para ser um voluntário ou quiser ajudar o projeto, entre em contato com a equipe pelas redes sociais.

Para doações...

Acesse o Instagram @quentinhasolidariaslz


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