A Arquidiocese de São Luís do Maranhão esteve presente na manhã desta quinta-feira (13), no Fórum Estadual de Segurança Hídrica e Meio Ambiente, que aconteceu de 8h às 12h, no auditório do Complexo de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Alema). O Fórum teve como tema "Escassez hídrica: causas e consequências", e como palestrante principal o professor Lúcio Macêdo, doutor e mestre em Saneamento Ambiental.
A proposta do Fórum foi refletir sobre a realidade do Maranhão, estado que ocupa o segundo lugar entre os estados com quantidade de recursos hídricos disponíveis, porém, o último em qualidade de entrega com qualidade desta água.
Padre Jadson Borba, coordenador arquidiocesano da Ação Evangelizadora Missionária, esteve representando o arcebispo, dom Gilberto Pastana, e compôs a mesa para falar sobre a importância de se discutir a segurança hídrica enquanto responsabilidade de todos com a casa comum. Dom Gilberto havia sido convidado para fazer a abertura do Fórum.
Além do professor Lúcio Macêdo, participou ainda do Fórum como palestrantes: Professora doutora Andréa Araújo do Carmo (UEMA) e o professor Luís Câmara, membro da Comissão da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental (Ciea).
O professor Luís Câmera, pontuou em sua fala que é necessário incluir a educação ambiental na educação, e que esta, por sua vez, não pode ser tratada como uma disciplina facultativa e de pouca significância, resumindo-se em ensinar a fazer alimentação com reaproveitamento de alimentos. "É preciso se mudar a mentalidade de que o progresso deve sempre avançar, e que os bens naturais nunca acabam", lembrou ao falar que o progresso tem deixado como herança por onde passa, não raras vezes, situações de devastação, sobretudo, de bens tidos (até então) como perenes.
Antes do início do Fórum, padre Jadson concedeu entrevista a TV Assembleia e falou da importância de se discutir e sobretudo, participar, de momentos onde o meio ambiente e o elemento da natureza água precisam ser tratados com a devida seriedade.
Em sua fala, já no Fórum, Padre Jadson citou a Campanha da Fraternidade 2023, que tem como tema Fraternidade e Fome, onde a água é considerada um alimento e portanto, um bem importante para garantir a dignidade do ser humano. Lembrou ainda que, em 2004, a Igreja Católica trouxe para a Campanha da Fraternidade a discussão sobre a segurança hídrica, com o lema "Água, fonte de vida". Citou a importância que a Igreja tem dado aos temas relacionados ao meio ambiente, encabeçados, sobretudo, nos últimos anos, pela ação do Papa Francisco. E destacou o documento "Laudato Si", que trata o mundo como a "casa comum" e portanto, responsabilidade de todos.
Ao concluir o momento, padre Jadson citou São Francisco de Assis, santo protetor do meio ambiente, declamando um trecho do Cântico das Criaturas: "Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, útil e humilde, preciosa e pura".
A importância de eventos e momentos assim, é trazer à baila a discussão temática sobre a segurança hídrica, e os impactos ambientais causados pela ausência de políticas públicas para o tema.
Para o professor Lúcio Macêdo, por exemplo, que participou da construção do Plano Nacional de Recursos Hídricos, despertar as consciências para a proteção das nascentes é uma contribuição importante, e que não pode deixar de avançar. Citou, por exemplo, a displicência com o Plano Diretor da Cidade, que se encontra defasado há décadas.
O evento foi coordenador pelo professor mestre Oiama Cardoso Filho.
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