Nesta quinta-feira, 25/08, celebra-se a festa litúrgica de São Luís, Rei de França, pai, cristão e político, padroeiro da Arquidiocese de São Luís do Maranhão e da capital maranhense, e haverá uma programação litúrgica especial pela data, na Catedral de São Luís, Centro.
A programação encerra o Tríduo votivo a São Luís, Rei de França, como parte de um projeto missionário de revitalização da devoção ao santo, organizado pelo cura da catedral, padre Roney Carvalho.
As atividades iniciam às 17h30, com procissão, em seguida, às18h30, missa presidida por dom Gilberto Pastana, arcebispo de São Luís do Maranhão, e logo após a missa, Procissão Luminosa pelas ruas do Centro (caso esteja chovendo, a programação da procissão pode sofrer alteração e será avisada no local aos participantes da missa).
Em nível de arquidiocese, não existe uma paróquia dedicada ao santo, mas, algumas comunidades paroquiais, que também estão celebrando a data, como as da paróquia de Santana, na área do bairro Angelim e na Paróquia São Paulo Apóstolo, talvez a mais conhecida, por estar localizada próxima ao retorno do bairro Calhau.
A devoção a São Luís, Rei de França e a valorização da caridade e justiça como herança cristã
Apesar dos 410 da cidade, sua história inda é pouco conhecida pelos próprios católicos ludovicenses. Contudo, como se tem na figura dos santos católicos reflexos do Cristo a serem imitados, a vida de São Luís, Rei de França, é um exemplo de fé como pai, rei, jurista, homem caridoso, de grande benevolência para com os pobres.
Homem de grande espírito de penitência e oração, São Luís deixa uma herança espiritual a ser seguida por seus devotos e aos católicos ludovicenses.
Combateu na VII e VIII, para libertar a Terra Santa do julgo dos mulçumanos. Além de homem corajoso e valente, possuía um espírito de caridade cristã abrasado. Construiu hospitais, leprosários, orfanatos e escolas para ajudar os pobres.
Suas ações de rei eram todas inspiradas em valores cristãos. Sob eles, executou várias reformas, entre elas a de lançar as bases da justiça real francesa, onde o rei era considerado juiz supremo e qualquer pessoa poderia apelar para buscar a emenda de seu julgamento. Também na área jurídica, introduziu a chamada "presunção de inocência" no processo criminal. Ou seja, o estabelecimento do estado de inocência como regra em relação aos acusados de práticas de infração penal. Por isso, era admirado por seus súditos e por toda a Europa como um rei extremamente justo.
Em seu reinado, proibiu os julgamentos por provação, e se empenhou para impedir as guerras privadas. Chegava a ficar várias vezes na semana sob um carvalho no Castelo de Vincennes, para ouvir os súditos de todas as classes.
E para finalizar este artigo, deixa-se a carta-herança que São Luís, Rei de França, deixou ao seu filho:
“Filho dileto, começo por querer ensinar-te a amar o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com todas as tuas forças; pois sem isto não há salvação.
Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, todo pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal.
Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves suportá-la com serenidade e ação de graças. Considera suceder tal coisa em teu proveito e que talvez a tenhas merecido. Além disto, se o Senhor te conceder a prosperidade, tens de agradecer-lhe humildemente, tomando cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-lo valendo-te dos seus dons.
Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuides de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade; mas roga ao Senhor devotamente, quer pelos lábios, quer pela meditação do coração.
Guarda o coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos, e quando puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receber maiores. Em relação a teus súditos, sê justo até o extremo da justiça, sem te desviares nem para a direita nem para a esquerda; põe-te sempre de preferência da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os teus súditos sejam protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas eclesiásticas e religiosas.
Sê dedicado e obediente à nossa mãe, a Igreja Romana, ao Sumo Pontífice como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo pecado, sobretudo o de blasfêmia e a heresia.
Ó filho muito amado, dou-te enfim toda a benção que um pai pode dar ao filho; e toda a Trindade e todos os santos te guardem do mal. Que o Senhor te conceda a graça de fazer sua vontade de forma a ser servido e honrado por ti. E assim, depois desta vida, iremos juntos vê-lo, amá-lo e louvá-lo sem fim. Amém”.
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