No dia 16 de junho de 1925, há 99 anos, nascia o frei capuchinho Rogério Beltrami OFMCap, chamado carinhosamente de Santinho pelos que foram seus dirigidos espirituais e por todos que encontravam nele um dedicado confessor. Ex-exorcista da Arquidiocese de São Luúis do maranhão - função que encontrou sucessor apenas em 2022, com padre Sérgio Henrique Mello - frei Rogério fez sua páscoa definitiva no dia 15 de setembro de 2020, dia de Nossa Senhora das Dores, de quem era devoto, voltando para a Pátria Celeste após ter feito do Brasil sua terra do coração.
Neste dia de grande júbilo por certeza da esperança na Ressurreição, a Arquidiocese de São Luís do Maranhão lembra com menção honrosa esse presbítero franciscano que, em sua passagem por nossa Igreja particular, deixou um belíssimo testemunho de amor aos mais pobres e de temor a Deus.
Após sua morte, um grupo de fiéis passou a se reunir para rezar por sua intenção todo dia 15, data que marca sua ida para a Casa do Pai. Desta iniciativa, nasceu o grupo Filhos Espirituais de Frei Rogério, que possuem um grupo de nome homônimo no Facebook, no Whatsapp e um perfil no Instagram, onde trocam partilhas, fotos e testemunhos do frei santinho.
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Frei Rogério Beltrami de Milão | 16 de junho de 1925 - 15 de setembro de 2020
Fonte: capuchinhosrs.org.br
Frei Rogério Beltrami de Milão nasceu em Codigoro, Ferrara, Itália, no dia 16 de junho de 1925. Seus pais, Augusto Beltrami e Santina Finessi, lhe impuseram o nome de Agide Beltrami. Aos 23 de novembro do mesmo ano tornou-se cristão pelas águas lustrais do batismo. Entrou no convento em 1936. Vestiu o hábito capuchinho no dia 13 de julho de 1943, e professou os votos no ano seguinte. Após o percurso formativo na província de São Carlos, foi ordenado em 23 de dezembro de 1950, pelo arcebispo Beato Ildefonso Schuster.
Sempre com um pendor especial a vida acadêmica, após a sagrada ordenação, foi nomeado professor no Seminário de Varese, Itália. Ali lecionou Física, matéria da qual obteve diploma na Faculdade de Nápoles. Pouco tempo depois, Frei Rogério foi enviado ao Brasil como missionário, para atuar na Custódia Capuchinha do Norte e nordeste do Brasil. aqui chegou no dia 14 de novembro de 1953, primeiramente no Rio de Janeiro.
Depois, seguiu viagem até São Luís, onde adentrou no sacro Convento do do Carmo aos 17 de dezembro do mesmo ano, acompanhado de seu companheiro de Missão Frei Alfredo de Como, juntamente com outros missionários veteranos (Fr Pedro Batista, Fr Hermenegildo e fr Benjamim de Borno). Frei Rogério ficou responsável da formação dos jovens estudantes capuchinhos no Estudantado de Parnaíba (Piauí). Depois, lecionou ainda na Teologia em Fortaleza (Ceará). Especializou-se em Teologia bíblica, obtendo láurea pela faculdade de Jerusalém.
Nos anos 60, Frei Rogério trabalhou em Pedreiras, na desobriga, atendendo inúmeras comunidades entre os municípios de Igarapé Grande, Bernardo do Mearim, Esperantinópolis. Depois, foi enviado às cidades de Cidelândia e Imperatriz, região banhada pelo Rio Tocantins, sul do Maranhão. Permanecendo uma década ali (anos 1970 a 1980), desta experiência deixou relatos em livro publicado tempos depois, chamado “Cidelandia, coloro che non hanno voce”. Nos anos 80, com a fundação do Estudantado filosófico e
teológico da Vice-província do Maranhão/Pará, frei Rogério foi encaminhado à metrópole belemense, para lecionar novamente, depois de aproximadamente 20 anos sem exercer o magistério. Em Belém foi precioso colaborador nos Cursilhos de cristandade. Foi autor de diversos artigos sobre temas teológicos e pastorais, sendo que, a respeito desta atividade, escreveu vários livros.
No alvorecer do centenário da Missão Capuchinha no Maranhão, Frei Rogerio foi encaminhado ao Convento do Carmo, designado como Arquivista Provincial. Os últimos trinta anos de Frei Rogério confundem-se com a recente trajetória do Convento do Carmo. Sua paixão pelos livros ficou refletida na preciosa coleção bibliográfica dos mais diversos títulos, chamada por ele de “Biblioteca Rogeriana”. Sob a sua gestão, foram concebidas diversas obras de vulto, como o famoso “Acordando palavras dormidas” e a compilação da obra de Frei Pelino de Castrovalvas: “Rio Tapajós, os Capuchinhos, e os índios mundurucus”. Frei Rogério ainda foi Colaborador da Revista “Continente”, editada em Milão.
Seu ministério no Carmo se deu pela confissão. Não há quem passe pela Igreja do Carmo e não pergunte pelo “santinho”, por que o ministério das confissões e outras súplicas oferecido por Frei Rogério edificou tantos fiéis, que lhe valeu o epíteto de “Confessor de São Luís”. Nos últimos anos, já com a saúde debilitada, o santinho foi se apagando como vela que se consome no fulgor de uma vigília. Frei Rogério pronunciou a ultima estrofe do “Cântico do Irmão Sol” aos 15 de setembro deste emblemático ano de 2020. Réquiem!
Nascimento: 16/06/1925
Vestição: 13/07/1943
Profissão Simples: 14/07/1944
Profissão Perpétua: 14/07/1947
Ordenação Sacerdotal: 23/12/1950
Missionário no Brasil: 14/11/1953
Páscoa definitiva: 15/09/2020
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