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Casa terapêutica e de recuperação da Fraternidade O Caminho recebe Visita Pastoral de dom Pastana


(Um dos filhos prediletos da Fraternita São Miguel | Foto: Fraternidade O Caminho Slz)

Nesta quinta-feira (5), dom Gilberto Pastana realizará sua Visita pastoral à Fraternita São Miguel, casa terapêutica e de recuperação masculina de dependentes químicos administrada pela Fraternidade O Caminho, localizada no Panaquatira, município de São José de Ribamar.


Há dois como arcebispo de São Luís do Maranhão, dom Gilberto Pastana tem visitado paróquias, escolas, novas comunidades, instituições e organizações mantidas pela Igreja católica. Desta vez, a visita ocorre em um trabalho social de relevância indiscutível para a sociedade.


Em tempos em que o ativismo judicial instalado no Supremo Tribunal Federal do Brasil tenta descriminalizar o porte de maconha e relativizar o tráfico de drogas, famílias e vidas contam com a ação de iniciativas como as casas terapêuticas para a recuperação de vidas que foram destruídas por este mal.


Na Arquidiocese de São luís do Maranhão, uma dessas iniciativas do bem é a da Fraternidade O Caminho, que há 13 anos mantém a Fraternita São Miguel, atualmente administrada pelo Frei diácono Félix Cativo de Jesus Hóstia, 34 anos, superior local (Custódio) da obra. A casa acolhe 15 homens, que são chamados carinhosamente de filhos prediletos.


Eles possuem um ciclo de tratamento de nove meses (uma gestação), aproximadamente e além dos freis e consagrados da Fraternidade O caminho, contam com a ajuda de voluntários que mantém a obra, seja com serviço voluntário ou mesmo com doações em dinheiro ou materiais.



"O Senhor tem uma predileção por aqueles que sofrem por conta da marginalidade e miséria social e existencial", explica o Custódio, frei diácono Félix, ao falar sobre o nome no qual os internos recebem.

Em entrevista ao nosso site, frei diácono Félix fala sobre o trabalho realizado pela obra em São Luís com os dependentes químicos.


Site - Como começou o trabalho da Fraternita São Miguel?


Frei Diácono Félix - A procura por uma casa se iniciou no ano de 2009. O nosso pai fundador o padre Gilson Sobreiro, intencionava a providência de uma chácara aqui em São Luís para o tratamento dos nossos filhos prediletos.


Um senhor, muito generoso, chamado Antônio Maria, mencionou ao padre que teria adquirido uma propriedade com uma casa construída, exatamente para servir a esse propósito. No dia 29 de setembro de 2010, o padre Gilson visitou a casa juntamente com o diácono Fábio Martins, frei Tarcísio, frei Boaventura e o sr. Antônio. Naquele mesmo dia, nosso fundador anunciou a todos os presentes na catedral durante a missa em honra aos arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel, que abriríamos nova casa de acolhida. Estava ali já decidido naquele mesmo dia a abertura de mais uma chácara em nossa Fraternidade.


O trabalho nela começou com um único acolhido, na época nem cama tinha, sua família doou a primeira juntamente com um colchão, aos poucos foram chegando mais acolhidos e frades para o trabalho. E pouco a pouco a comunidade foi se estruturando.


Site - Como acontece o encaminhamento das pessoas à casa? Existe alguma triagem? Qual o processo?


Frei Diácono Félix - O contato inicial se dá nas pastorais de rua (para aqueles que residem nas ruas ou nelas passam a maior parte do tempo) ou na entrevista inicial que acontece em nosso Centro Social localizado no bairro João Paulo, para aqueles que vivem em suas famílias. Portanto, provenientes tanto das ruas como da residência de seus familiares ingressam inicialmente na casa inicial onde farão sua primeira etapa do processo terapêutico: a casa de triagem.


Existe uma equipe de leigos e religiosos responsáveis por esse serviço de entrevista inicial, que também tratamos como um verdadeiro ministério. Pois a abordagem inicial é de suma importância para um bom tratamento.


Funciona da seguinte forma: aqueles filhos prediletos que pedem ajuda, mas vivem com suas famílias farão três triagem aguardando em sua residência o término das mesmas. Já aqueles estão em situação de rua, por conta dos riscos inerente à vida nas ruas e da maior precariedade, existindo vaga, ingressam diretamente na casa de triagem assim que a ajuda é solicitada.


O procedimento característico do período de triagem é a coleta do histórico clínico. A casa de triagem é essencialmente necessária para a melhor realização do plano terapêutico, vale salientar que nas missões onde for possível a casa de triagens deve-se ocupar-se das seguintes resoluções e observações: Observação do acolhido; Encaminhamento e solicitação de exames; Documentação; Antecedentes Criminais; Adaptação ao plano terapêutico.


Gostaria de destacar que o processo inicial de triagem quando os filhos vêm da pastoral de rua possuem características diferentes. Necessita-se de uma investigação dos motivadores para o tratamento durantes as entrevistas na casa de triagem. Busca-se conhecer a história da pessoa, quanto tempo está na rua e o que a mantém (mesmo que pareça óbvio, é necessário obter esta informação da própria pessoa). É de suma importância estabelecer com o acolhido, o estabelecimento de um vínculo fraterno suficientemente amistoso, autentico e sincero desde a pastoral de rua, pois facilitará para que o acolhido tome real consciência da sua necessidade intrapsíquica de tratamento.


Na história clínica devem conter o maior número de informações possíveis, como: histórico familiar, profissional, forense, médico-hospitalar, acadêmico etc. Aqui está um resumo do trabalho feito em nossas casas de triagens.


Site - Qual a metodologia relacionada ao tratamento aos internos adotado pela casa? Quais os passos de acompanhamento da terapia?


Frei Diácono Félix - Respondendo ao grito da dependência química, nossa Fraternidade tem se dedicado ao trabalho junto ao nossos filhos prediletos pelo processo de acolhida e reinserção social que vai desde o trabalho de abordagem (pastoral de rua), acolhimento (casa de triagem), recuperação (comunidade terapêutica) à ressocialização.


E para que os filhos prediletos encontrem, ao regressarem para seus lares, um ambiente familiar sadio, também se desenvolveu o trabalho de apoio aos seus familiares. Os filhos passam cerca de nove meses em tratamento de internação voluntária(podendo ser estender caso o mesmo não assimile as mudanças que lhe são orientadas), cujo alicerce metodológico é cimentado em quatro pilares fundamentais:


1- Comunhão fraterna. Queremos dar aos nossos filhos uma família. Uma vida fraterna, baseada nos valores familiares.


2- TOD. O tripé Trabalho, Oração e Disciplina.


3- Formação. Formamos e reeducamos nossos filhos prediletos para que se tornem bons homens, bons cristãos, bons soldados de Cristo.


4- Os dozes passos. Seguindo a tradicional cartilha do AA/NA.


Esses quatro elementos compõem o método terapêutico adotado por nossa Fraternidade.


Site - Como é possível ajudar a casa, a Fraternita São Miguel?


Frei Diácono Félix - Aceitamos as mais diversas ajudas possíveis. Tanto a doação de um bem físico como fazem os doadores/benfeitores como a doação de si (de seu tempo, trabalho) como fazem aqueles que ajudam na sua profissão, sobretudo aqueles que trabalham na área da saúde (por ex.: médicos, clínicos e psiquiatras, enfermeiros, dentistas).


Mas de um modo geral, as nossas casas necessitam de todo tipo de doação: remédios, alimentos, roupas, produtos de limpeza, doações financeiras para as demais despesas... Vivemos da providência divina e até o presente momento não recebemos auxílio governamental.


Site - Quantos voluntários existe inicialmente na casa, quais as áreas de atuação, o que fazem?


Frei Diácono Félix - Temos dois tipos de voluntários, interno e externo. Os voluntários internos são os filhos prediletos que terminaram seu tratamento terapêutico e decidiram permanecer na Fraternidade nos ajudando, ou seja, sentiram-se amados e acolhidos, e agora querem se doar na Fraternidade aos seus irmãos na luta pela sobriedade. Atualmente temos três rapazes nesse voluntariado.


Os externos já não tenho a conta, mas são sempre necessários, são as pessoas de boa vontade que doam o seu tempo e o seu serviço à nossa comunidade. Atualmente temos uma rede de colaboradores das mais diversas áreas de atuação na sociedade civil: médicos, assistentes sociais, psicólogos, odontólogos, nutricionistas, arrecadadores de alimentos, equipe de famílias, entre outros, afirmo isso para dizer: toda ajuda é bem-vinda!




Contatos da Fraternita São Miguel

Site - https://www.ocaminho.org

Celular e Whatsapp: 98 98888 3595

Endereço: Rua Mato Grosso, nº 12, Bairro Santa Mônica, São José de Ribamar - CEP: 65110-000.




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