O primeiro encontro com os Bispos da Amazônia, marco de sinodalidade para a Igreja, aconteceu em 1972.
Entre os dias 6 e 9 de junho, a Arquidiocese de Santarém vai sediar um novo Encontro dos Bispos da Amazônia, fazendo memória do encontro ocorrido 50 anos antes (24 a 30 de maio de 1972), nas dependências do Seminário São Pio X, que teve como marco, “Linhas Prioritárias para a Pastoral da Amazônia”.
Estará representando nossa Arquidiocese, padre Jadson Borba, coordenador da Ação Pastoral Missionária, que integra um grupo do Regional NE 5.
Norteados por palavras como “Celebrar”, “Lembrar” (fazer memória), “Avaliar”, “Iluminar”, os “locais” e os “momentos” onde existem trevas na realidade atual, o encontro traz a proposta de ajudar no trabalho dos bispos desta região.
No primeiro, em 1972, o contexto histórico abrigava os resquícios recentes do emblemático de 1964, e no contexto de realidade da Amazônia, o Encontro de Santarém foi também o encontro das diversas “Amazônias” existentes: rural, urbana, extrativista, migrante, do litoral, dos rios, da selva, multicultural, internacional e com várias transversalidades.
O encontro também tinha como motivação as recentes decisões do Concílio Vaticano II, (1962 a 1965), o Encontro dos Bispos em Medellín, na Colômbia (24 de agosto a 06 de setembro de 1968), além dos ensinamentos dos Papas João XXIII e Papa Paulo VI. Este último, com a frase marcante: “Cristo aponta para a Amazônia”.
O documento de Santarém teve grande contribuição de dom Tiago Ryan, OFM, então Bispo Prelado de Santarém, que em parceria com o Seminário São Pio X, elaboraram o primeiro esboço de um Plano de Pastoral para a Prelazia.
"O objetivo da Igreja de Santarém é o anúncio e a vivência do Evangelho de Jesus Cristo, visando o desenvolvimento integral do homem desta região para uma maior participação da comunidade cristã", relatam presbíteros, no relatório final do encontro.
Foram escolhidos, pelos presbíteros da Prelazia de Santarém, 14 prioridades para a elaboração de um anteprojeto de Plano de Pastoral.
Assim, o encontro em Santarém (1972), não foi somente uma simples reunião dos bispos, mas um desejo de viver uma pastoral diferente, anos depois manifestada nos documentos de Papa Francisco, quando fala sobre a necessidade dos padres serem pastores que sem o "cheiro de suas ovelhas".
O encontro abriu espaço para a participação dos leigos e leigas que, reunidos em comunidades, assumiram um discipulado no anúncio e vivência do Evangelho. Cristo apontou para a Amazônia e o Espírito Santo veio até nós e animou a Igreja a se encarnar na realidade amazônica.
Passados 50 anos, o contexto histórico mudou, mas os desafios prosseguem e junto com elas, o cuidado especial do Papa Francisco, que tem motivado este empenho evangelizador que impacta a realidade amazônica através de documentos como Fratelli Tutti e Laudato si.
"Olhamos para este novo encontro dos nossos bispos com o mesmo olhar de esperança, de que o Espírito Santo soprará sobre a realidade, para que a nossa Igreja continue a se lembrar dos pobres, dos excluídos, dos que vivem nas novas periferias existenciais da vida,
dos indígenas, dos migrantes que hoje fazem o êxodo do campo para a cidade", lembra padre Sidney Augusto Canto, presbítero da Arquidiocese de Santarém
Comments