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Anjo bom da Bahia




Santa irmã Dulce dos pobres

As orientações para o Ano Missionário propõem, para uma melhor vivência, quatro dimensões, a saber: espiritual, celebrativa, pastoral-formativa e samaritana. A observância de tais dimensões nos permitem um olhar mais atento para a nossa realidade. O presente artigo trará uma breve reflexão sobre a dimensão samaritana a partir da vida e missão da Santa Dulce dos Pobres.


Padre Jadson Borba

Coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Ano missionário


Em 26 de maio de 1914, na cidade de Salvador, nascia Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes. Anos depois, tendo abraçado a vida religiosa, torna-se a irmã Dulce, também conhecida como anjo bom da Bahia. Uma mulher de pequena estatura, mas de uma força impressionante.  


A vida da irmã Dulce, nos inspira profundamente, pois a sua missão foi vivida num grande centro urbano. Sempre teve um olhar atento e generoso para os que estavam feridos à margem do caminho. Os seus passos sempre estavam em direção às periferias.


Este ano o cartaz da Campanha da Fraternidade traz ao centro a imagem da Santa Dulce dos Pobres e ao fundo o Pelourinho, lugar característico da cidade de Salvador. Cercada por pessoas, a irmã Dulce, expressa um movimento de saída e de encontro. Toda a sua ação reflete o profundo amor, tornado bem, tornado gesto concreto no cuidado e atenção com a vida dos que sofrem. O tema da referida campanha é Fraternidade e Vida: dom e compromisso. Já o lema é inspirado na passagem narrada pelo evangelista São Lucas, do Bom Samaritano, “Viu, compadeceu e cuidou dele” (10, 33-34).


A missão vivida por irmã Dulce atualiza para todos nós tal parábola. Ademais, sempre se fez próxima, sempre cuidou dos doentes e sempre se preocupou com aqueles que eram deixados de lado. Uma vez, perguntada sobre a caridade, responde: “O importante é fazer caridade, não falar de caridade. Compreender o trabalho em favor dos necessitados como missão escolhida por Deus”.


Ao contemplarmos a vida da irmã Dulce, somos chamados a mergulhar na nossa realidade e nos questionar: como viver o Ano Missionário na minha paróquia, na minha comunidade com o mesmo olhar que teve a irmã Dulce?

Foi em 13 de outubro, em pleno mês missionário extraordinário, que a irmã Dulce foi canonizada, recebendo o título de Santa Dulce dos Pobres. Recordamos, parte da homilia do Papa Francisco naquela ocasião: “Hoje, agradecemos ao Senhor pelos novos santos, que caminharam na fé e agora invocamos como intercessores. Três deles são freiras e mostram-nos que a vida religiosa é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo”.


Ao contemplarmos a vida da irmã Dulce, somos chamados a mergulhar na nossa realidade e nos questionar: como viver o Ano Missionário na minha paróquia, na minha comunidade com o mesmo olhar que teve a irmã Dulce? Quais os sinais na vida de Santa Dulce que me inspiram a viver como Igreja samaritana?


Lembramos sempre que a Igreja missionária vivencia a opção preferencial pelos pobres a partir da identificação de Jesus Cristo com eles. Sendo assim, é preciso considerar que as periferias existenciais, sociais e geográficas nos proporcionam encontros com Jesus Cristo. A vida e missão da Santa Dulce dos Pobres, expressa com grandeza esta realidade. Vemos nesta grande mulher a ação do Cristo, o Bom Samaritano. Que Santa Dulce dos pobres, interceda por nós em nossa missão!

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